Se você tem desconfortos frequentes, como dores abdominais, azia, dificuldade para engolir, inchaço, flatulência, náuseas ou alterações no intestino (diarreia ou prisão de ventre, sangramento), é hora de buscar ajuda especializada. A gastroenterologista é a médica capacitada para diagnosticar e tratar uma série de condições que afetam o sistema digestivo, como o esôfago, o estômago, o intestino, o reto, o fígado, as vias biliares e o pâncreas.
A síndrome do intestino irritável (SII) é uma condição caracterizada por alterações nos hábitos intestinais, como diarreia e/ou constipação, inchaço e dor abdominal recorrente. O diagnóstico é clínico, preenchidos os critérios de sintomas, já permitindo instituir tratamento. Mas devemos sempre excluir, de acordo com quadro clínico e presença ou não de sinais de alarme, doenças que podem justificar alguns desses sintomas, como doença inflamatória intestinal, doença celíaca, parasitose, intolerância alimentar, SIBO, colite microscópica (diarreia), neoplasia, doenças metabólicas. Para isso, podemos utilizar exames laboratoriais, endoscopias e testes de imagem. O tratamento da SII inclui ajustes na dieta, controle do estresse e, em alguns casos, medicamentos para aliviar os sintomas.
Causas mais frequentes de excesso de gases: intolerâncias alimentares (ex lactose, frutose, sorbitol, rafinose – leguminosas, hortaliças e grãos); parasitoses (ex giardíase); supercrescimento bacteriano no intestino delgado – SIBO; síndrome do intestino irritável; doença celíaca; constipação; ingestão excessiva de alimentos fermentativos.
Se a diarreia tem duração maior do que 30 dias, é considerada crônica. Existem diversas causas a serem investigadas e que demandam tratamentos diferentes, como doença inflamatória intestinal (Crohn, retocolite ulcerativa), doença celíaca, parasitose e outras infecções, secundária a medicações em uso, neoplasia, colite microscópica, insuficiência exócrina pancreática, intolerância alimentar, supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO), síndrome do intestino irritável, pós colecistectomia, hipertireoidismo etc.
Constipação (prisão de ventre) crônica ou recorrente deve ser investigada. Causas incluem distúrbios metabólicos (a exemplo de diabetes, hipotireoidismo e hipercalcemia), neoplasia, dissinergia do assoalho pélvico, efeito colateral de medicações, disbiose, síndrome do intestino irritável, entre outros, com tratamentos diferentes. A causa mais frequente é a funcional, quando não há alterações patológicas outras que justifiquem. O tratamento da constipação funcional consiste inicialmente no tripé atividade física + consumo de fibras + ingestão adequada de líquidos. Em não sendo suficiente, associamos laxativos, com escolha inicial dos osmóticos (como PEG/muvinlax).
Há tipos de esofagite que podem, sim, estar associados a entalo, como a decorrente da doença do refluxo gastroesofágico (principalmente quando há estreitamento do esôfago), a esofagite eosinofílica e a esofagite infecciosa (ex: candidíase). Além disso, precisamos diferenciar do globus faríngeo. Todo entalo (disfagia) deve ser investigado.